martes, 20 de marzo de 2018

Hospital Sanatório - Pacientes têm dias menos penosos

Pacientes no Sanatório têm dias menos penosos

Augusto Cuteta
Tem agora o corpo franzino, qual menina de 16 anos, mas o rosto abatido não deixa dú-vidas de que se trata de uma mulher adulta. As marcas ósseas no dorso são visíveis, pois tem-nas encobertas por uma blusa leve e com as alças penduradas nos ombros caídos para o lado esquerdo.
Técnicos e pacientes do sanatório reconhecem que decorre grandes mudanças no hospital nos últimos três meses
Fotografia: Paulo Mulaza | Edições Novembro
Sentada numa cadeira plástica, dona JP, iniciais de um nome fictício, esforça-se pa-ra se levantar e saudar a equi-pa de reportagem do Jornal de Angola que a quer entrevistar. Mas, o exercício dura pouco. Ela desiste e continua abancada. Suspira e sorri. Tos-se. Cumprimenta os jornalistas e volta a tossir, enquanto eleva à mão direita, bastante frágil, à boca.
Embora fragilizada, dona JP demonstra ser uma boa comunicadora, embora fale com certas dificuldades para soltar a voz, que, em menos de cinco minutos, conta a si-tuação geral que vive, desde que internou no segundo andar do Hospital Sanatório de Luanda, onde recebe tratamento contra a tuberculose, desde o mês passado.
Embora dispense os flashes do fotógrafo Paulo Mula-za, a vendedora ambulante e moradora do bairro Palanca, afirma que soube da doen-ça muito tarde. No início, há mais de seis meses, refere que tinha pequenas tosses, que ainda dava para continuar os pequenos negócios que fazia, para contribuir no su-porte da casa, do marido e dos seis filhos.
Quando ia abrindo o livro da sua vida, JP volta a avisar que não quer fotos, mas insiste que a companheira de quarto se junte à nossa conversa. Esta apela para não ser incomodada, pois sente dores muito fortes. Pedido respeitado. E a primeira interlocutora pede calma e continua o diálogo com os jornalistas.Nesse período, ela faz algum esforço para conter a tosse, talvez pela presença dos visitantes.
 Na cama de JP, uma mulher de 34 anos e que manifesta muitas saudades dos filhos, que não os vê por esses dias, não tem mosquiteiro, diferente do leito da companheira de aposento, que dispõe desse utensílio de protecção da picada do mosquito, as roupas pessoais e os lençóis levados pela família.
A senhora tem os panos e uma bolsa castanha encostadas à cabeceira da cama, enquanto uma banca feita de metal, decora o quarto das duas. É nela onde guarda a comida dada pelo hospital e a fruta que vem de casa. Não solta lágrimas, mas se entristece sempre que menciona a família. Os filhos mais novos estão sob cuidados da primogénita, já com 16 anos, que conta com a ajuda do pai. “Eles, os meninos, não podem vir aqui, por causa dessa doença, mas nós falámos algumas vezes por telefone”, refere.
Sobre o atendimento que recebe, elogia a postura dos médicos e dos enfermeiros, mas repudia o comportamento de algumas famílias que abandonam os seus do-entes. Quem igualmente enaltece às melhorias no hospital é o pai de José (nome fictício), um menino de 13 anos, que está ali há três semanas internado.
O senhor, actualmente desempregado, refere que o filho está a recuperar agora de uma cirurgia feita no Hospital do Prenda, após ter sido diagnosticado um problema pulmonar, que requereu operação. “O atendimento é bom, daí que o miúdo está a melhorar satisfatoriamente”, disse.
O pai do menino José confessa que muita coisa mudou a nível da unidade sanitária, embora avance que outras tantas devem ser alteradas. Entre essas mudanças real-ça a necessidade de se me-lhorar as condições no Banco de Urgência, onde ainda são atendidos os doentes em condições precárias.
No Banco de Urgência, estão pacientes atendidos em macas, bancos e alguns em colos de familiares. O cenário é assim todos os dias, principalmente às manhãs, realçou um técnico daquele serviço. “Há dias em que re-cebemos mais de 50 casos novos, alguns dos quais, considerados gravíssimos”, real-ça. O técnico, que trabalha por turno, numa equipa de quatro médicos e de seis en-fermeiros, disse que o banco rebenta quase todos os dias pelas costuras, avançando que actualmente há poucos períodos do ano em que o pessoal de atendimento tem algum sossego.
Aliás, sossego é o que os técnicos teriam, caso as unidades de cuidados primários fizessem o seu papel em re-lação aos doentes de tuberculose aí diagnosticados, tratando-os a partir das suas zonas de residência, como salientou Rodrigues Leonardo, o director-geral do Hospital Sanatório de Luanda.
Neste momento, além do pequeno José, JP e sua companheira, o Sanatório controla outros 273 pacientes com infecções pulmonares, além de atender outros mais de 300 nas consultas externas. Alguns desses são provenientes do Bengo, por essa província não dispor de um hospital especializado no tratamento da tuberculose.
Fundado a 15 de Julho de 1972, pelo capitão de fragata Leão do Sacramento Monteiro, então secretário de Estado da Administração Ultramarina, o estabelecimento de três pisos regista, por incapacidade no atendimento e pela chegada tardia de doentes, 40 óbitos em cada 100 pacientes ali assistidos, revelou o doutor Rodrigues Leonardo.
Apesar desses problemas, o Hospital Sanatório, unidade que deveria atender somente casos de tuberculose em doentes com complicações, pacientes resistentes às multi-drogas e os com co-infecção TB e VIH, tem registado mudanças significativas quer do ponto de vista de in-fra-estrutura, quer da situação sanitária.
Hoje, muita coisa mudou, depois da visita do Presidente da República, João Lourenço, há cerca de três meses ao hospital, dizem-no os técnicos e os gestores da unidade. E confirmam os pacientes e seus familiares, apesar dos problemas ligados à rede de esgotos, de tratamento de águas residuais, das infiltrações de água no interior de alguns compartimentos ainda continuarem, mas com um impacto muito inferior.
O director disse que ainda continuam com problemas da falta de água corrente, de energia eléctrica, o que obri-ga a recorrer-se às fontes alternativas. Mas, ficou para o passado, as más condutas de funcionários, que se baseavam no mau atendimento dos pacientes e na exigência de pagamentos aos utentes para terem acesso aos serviços do Sanatório.
Embora mantenha as na-ves funcionais, o Sanatório viu recuperada vários compartimentos que andaram imundos e desocupados, o que vai melhorar a acomodação dos doentes. O que falta é o apetrechamento com camas e reposição de janelas, um trabalho que já começou.
Hospital-Escola em dois anos.
Durante anos, disse Rodrigues Leonardo, o hospital andou atirado ao abandono, assim como o é a doença que arrasta os pacientes àquela unidade clínica. “É um problema mundial, pois, os governantes estão a negligenciar a tuberculose, talvez por ser um problema que afecta mais os pobres”.
Em Angola, o cenário era quase o mesmo. Mas, a visita efectuada pelo Chefe de Estado levou a esperança por dias melhores para os doentes e técnicos do Sanatório, principalmente com o anúncio da construção de um novo hospital dentro de dois anos, realça o director-geral.
Enquanto isso, a expectativa pela construção do novo hospital é grande. O arranque das obras depende do Orçamento Geral do Estado (OGE), que já reservou as verbas para a materialização do projecto, disse o director-geral.
Esse trabalho, que inclui igualmente a reabilitação do actual hospital, fica orçado em 31,3 milhões de dólares. Enquanto isso, obras paulatinas vão ser levadas a cabo, para que sejam aproveitados todos os compartimentos existentes no antigo edifício.
Um dos maiores problemas que o Sanatório en-frenta tem a ver com a falta de médicos especialistas em pneumologia. Esse proble-ma vai ficar para trás, uma vez que a nova instituição vai funcionar como um hospital-escola.
Com capacidade para 300 camas, o novo hospital vai dispor de um conjunto de componentes tecnológicos que o actual Sanatório não oferece, com destaque para serviços de ressonância, anatomia patológica, ambulatório com todas as valências de uma unidade docente, bloco operatório e cuidados intensivos.
Projectado para ser o mais moderno do país, o novo Sanatório vai dispor ainda de serviços de broncoscopia, cirurgia torácica, hematologia, tomografia auxiliar computarizada, ultra-sonografia, entre outras tecnologias que vão ajudar na formação de especialistas em pneumologia, entre os quais tisiologistas.
Diferente de outras áreas de formação, na Medicina, as especialidades são feitas nos hospitais, por cerca de quatro a cinco anos, depois da conclusão da licenciatura, o que significa que “um médico especialista se faz em quase 11 anos”, realça.
 Nova unidade hospitalar vai dispor de centro cirúrgico
Para o novo hospital funcionar em pleno, uma vez que se exige um outro estatuto orgânico, a ser remetido ao Conselho de Ministros antes de 31 deste mês, a direcção-geral projecta o enquadramento de mais 100 médicos internos e especialistas e um total de 123 enfermeiros, entre técnicos superiores e médios.
Esse propósito, disse Rodrigues Leonardo, é um dos grandes desafios para que se correspondam às expectativas em torno do novo hospital, que será erguido no mesmo quintal do actual Sanatório. "Temos de ter os quadros, no sentido de que trabalhem nas novas áreas, tão logo o edifício entre em funcionamento".
O director-geral, que apelou os médicos a continuarem a apostar na formação, referiu que o novo hospital vai ter um centro cirúrgico, para tratar todos os doentes com problemas pulmonares como tuberculose, cancro, fungos, entre outras infecções.
Além disso, outro desafio com o novo hospital tem a ver com serviços de co-infectados TB-VIH, de pediatria para doentes com multi-droga de tuberculose resistente, e dois serviços de cuidados intensivos, sendo um para doenças pulmonares normais e outro para infectados pela tuberculose e de pneumologia.
No que se refere à alimentação, a unidade oferece três refeições ao dia aos internados, mas Rodrigues Leonardo avança que a direcção pretende encontrar um modelo diferente ao que existe, que ainda se baseia na compra de produtos alimentares e serem confeccionados na cozinha da unidade clínica. A ideia é, até 31 deste mês, ter-se uma empresa gastronomia eficiente, para o hospital.

lunes, 18 de diciembre de 2017

Hospital Sanatório entra em obras de reabilitação

Hospital Sanatório entra em obras de reabilitação

Josina de Carvalho e João Dias |
O Hospital Sanatório de Luanda vai ser reabilitado e ter as suas instalações ampliadas a partir do mês de Março do próximo ano, anunciou ontem a ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, no final da visita do Presidente da República, João Lourenço, àquela unidade hospitalar que se encontra em estado avançado de degradação. 

Presidente da República quando recebia explicações sobre a situação do Hospital Sanatório de Luanda
Fotografia: Francisco Bernardo | Edições Novembro

O projecto de reabilitação e expansão das instalações do hospital foi apresentado ao Presidente da República, depois de ter visitado a infra-estrutura para constatar o nível de degradação, 45 anos depois da sua inauguração (15 de Julho de 1972) sem ter beneficiado de obras de reabilitação.
O arquitecto que fez a apresentação do projecto, Ricardo Henriques, informou que as obras vão durar 20 meses, devendo, numa primeira fase, ser construídas as novas instalações, para permitir a transferência dos pacientes que se encontram no edifício antigo, que será posteriormente recuperado.
O edifício antigo, com três pisos e terraço, tem inúmeras infiltrações que afectam gravemente o tecto do banco de urgência e colocam-no em risco iminente de desabamento. O sistema de esgoto está inoperante e o fornecimento de energia eléctrica é deficiente, assim como o abastecimento de água potável, o que obriga à compra do líquido diariamente em camiões cisternas.
O novo director do hospital, Leonardo Rodrigues, que está em funções há apenas dois dias, contou que a carência de água e a inoperância do sistema de esgoto impedem a utilização das casas de banho e obrigam os pacientes e seus acompanhantes a fazerem as suas necessidades fisiológicas nos arredores do hospital. Os pacientes, que pela sua condição física debilitada não podem andar, utilizam sacos plásticos e latas para esse efeito.
“Estamos a prestar cuidados de saúde em condições críticas que considero infra-humanas”, declarou o director, dando a conhecer que muitos doentes e acompanhantes saem do hospital com outros problemas de saúde, devido às más condições higiénicas.
Além das condições do hospital e de trabalho, Leonardo Rodrigues disse estar preocupado com a falta de humanização dos cuidados de saúde, que, no seu entender, é uma questão de mentalidade e não apenas resultante das condições de trabalho. Para reverter a situação, vai apostar na formação dos profissionais, embora reconheça que a força de vontade é fundamental.
Neste momento, o Hospital Sanatório de Luanda, com 250 camas, tem medicamentos suficientes para atender os pacientes internados, num total de 293, e para os dois mil assistidos em regime ambulatório. Alguns dos pacientes estão acomodados em colchões estendidos no chão. O hospital regista 15 mortes por semana.
Quando o hospital não tem determinado medicamento, luvas ou máscaras, os pacientes compram em farmácias fora do hospital, segundo Teresa Vicente, a enfermeira responsável da nave, uma área onde estão internados 47 pacientes, dos quais 24 do sexo feminino e 23 masculino. Mas, à porta do hospital, também se vende máscaras e luvas a 100 e 200 kwanzas, conforme a qualidade do material. Ontem, os vendedores foram retirados do local devido à visita do Presidente João Lourenço, aplaudida pelo director do hospital, pelo facto de a unidade hospitalar atender pacientes com uma patologia infecto-contagiosa, como é a tuberculose, que amedronta inclusive médicos. “É uma honra receber a visita do Presidente da República e uma grande responsabilidade para nós. Estamos proibidos de falhar”, disse Leonardo Rodrigues, que antes foi director do Hospital do Prenda.  
O Hospital Sanatório de Luanda tem 25 médicos, dos quais 18 angolanos e sete cubanos, 215 enfermeiros e 298 funcionários de apoio. Para satisfazer à procura, há necessidade de mais 87 médicos, segundo o director.

Inauguração de viadutoO viaduto do Camama, inaugurado ontem pelo Presidente da República, João Lourenço, dá cumprimento a mais uma etapa do programa de melhoria dos acessos ao novo Aeroporto Internacional de Luanda e da circulação rodoviária na cidade capital, afirmou ontem o ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida.
“Este viaduto e as obras correlatas, ainda em curso nas vias que interligam a via expressa Comandante Fidel Castro à via Comandante Pedro de Castro Van-Dúnem “Loy”, constituem as infra-estruturas rodoviárias que vão facilitar que exista uma circulação segura e ordenada nesta parte de Luanda”, adiantou o ministro. À sua chegada ao local, o Chefe de Estado foi recebido com grande ovação pelos munícipes de Belas. Após ter recebido informações técnicas da obra da parte do ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, e da engenheira do INEA, Rosária Kiala, o Presidente da República descerrou a placa, aspergiu simbolicamente champanhe no chão do viaduto e caminhou alguns metros sobre ele.
Para encerrar o breve acto de inauguração, o Presidente da República foi um dos primeiros a passar pelo viaduto do Camama, construído em oito meses, abrindo-o oficialmente para os utentes.
O viaduto do Camama vai melhorar a integração dos eixos viários estruturantes e a ligação entre a via expressa e a avenida Pedro de Castro Van-Duném “Loy”, bem como o tráfego na ex-rotunda do Camama, no passado, um dos pontos críticos na mobilidade em Luanda.
O ministro da Construção e Obras Públicas explicou que o viaduto do Camama é também uma alternativa importante para o acesso à via expressa e desta para o novo Aeroporto Internacional de Luanda, acrescentando que o viaduto faz parte dos 15 nós rodoviários já construídos.

Estruturas integradas

Manuel Tavares de Almeida informou estar em curso a implantação de infra-estruturas integradas na cidade de Luanda, o que pressupõe redes técnicas, sistemas de drenagem e a melhoria e construção de vias rodoviárias. Para o efeito, pediu o envolvimento de todas as entidades no que toca ao compromisso com a qualidade, segurança e cumprimento de prazos.
O responsável falou da necessidade de preservação do investimento realizado em obras públicas, o que implica a conservação e manutenção para evitar desperdícios de recursos em reabilitação. “Toda a obra precisa de manutenção e preservação, mas não se deve confundir falta de manutenção com obra mal executada, ou seja, todo o esforço empreendido para se ter uma obra de qualidade fica comprometido se não houver manutenção permanente”, avisou Manuel Tavares de Almeida, para quem é relevante o desassoreamento dos sistemas de drenagem como valetas, canais e esgotos.
Ao referir-se a estes sistemas, o ministro insistiu ser preciso apostar na sua manutenção.

Ministro da Construção anuncia formação de formadores


O ministro da Construção e Obras Públicas anunciou que, a partir do próximo ano, o sector vai implementar acções de formação de formadores para técnicos de construção civil. Neste momento, o ministério conta com quatro centros de formação profissional instalados em Luanda, Huambo, Catumbela (Benguela) e Cacuso (Malanje).
Segundo a engenheira Rosária Kiala, do INEA, o viaduto do Camama faz parte de um programa lançado pelo Ministério da Construção e Obras Públicas em Fevereiro deste ano, juntamente com a consignação de várias obras na cidade de Luanda.
O programa visa melhorar os acessos ao novo Aeroporto Internacional de Luanda e criar uma melhor mobilidade na cidade de Luanda. “Temos muitos constrangimentos aqui na cidade e é por isso que o programa pretende a melhoria do acesso e mobilidade em Luanda. Identificámos os pontos críticos, que passavam pela intercessão entre as vias primárias e secundárias e alguns pontos como o do Camama, rotunda da Boa Vista, Unidade Operativa, a entrada e saída do Kilamba e do Zango.” Todos estes nós rodoviários, disse, estão a funcionar e os ganhos estão à vista.
Os moradores revelaram grande satisfação, pois a construção do viaduto, juntamente com passeios, eliminou o que consideram ser um mal que os afligiu durante muitos anos: a lama, quando chove, e a poeira em tempos de Cacimbo. “Apanhávamos muitas doenças respiratórias. Estamos satisfeitos”, disse António Manuel, coordenador do bairro 4 de Abril, município de Belas. A construção do viaduto gerou 760 postos de trabalho.
Com uma extensão de 493 metros e 25 de largura, sendo 11 para cada faixa, o viaduto tem a previsão de receber pelo menos, 9.104 veículos por hora.

miércoles, 15 de noviembre de 2017

Hospital Materno Infantil Augusto Ngangula

Maternidade Augusto Ngangula

A minha abordagem hoje vai para o atendimento e o comportamento de algumas trabalhadoras e o pessoal de serviço da guarda e guarnição do Hospital Materno Infantil Augusto Ngangula, na Rua Ndunduma, no bairro Miramar, distrito urbano do Sambizanga, em Luanda.
Na segunda-feira, 30 de Outubro, quando eram 23h18, chegados à Maternidade Augusto Ngangula, o pessoal de serviço da guarda e alguns elementos da Polícia Nacional tentaram e sem sucesso impedir a nossa entrada no hospital.
O pessoal alegava que não podia atender a paciente que havia feito o trabalho de parto numa viatura, quando era transportada para a maternidade. Depois de desfeito o imbróglio com o pessoal da guarda e da Polícia Nacional, foi a vez de alguns membros da equipa médica em serviço solicitar a habitual “gasosa” para a compra das luvas, soro oral e seringas.
Só vendo porque ninguém acredita, principalmente pelo pessoal que nunca esteve naquela maternidade. A minha questão é saber onde está a inspecção do Ministério da Saúde?
Será que isto não é o do conhecimento da Direcção Provincial de Saúde?. O atendimento na Maternidade Augusto Ngangula é péssimo.
A deontologia profissional e a etiqueta de saúde foram parar ao pântano. Pois, é, à entrada da maternidade os funcionários começam a solicitar de imediato “gasosa”. É um vício que tem de ser estancado com urgência.

Jacob João, Rangel

martes, 14 de marzo de 2017

Maternidade de Luanda

Maternidade de Luanda com mais de 110 óbitos por cada mil partos em dois meses

A "falta de cuidados pré-natais" é principal causa das mortes. O serviço de urgência da maternidade de Luanda atende diariamente entre 150 a 200 pacientes











Mais de 110 crianças morreram, por cada 1.000 partos, na maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, nos últimos dois meses, informou hoje o chefe de serviço da neonatologia da maternidade pública, Corado Silva
O médico falava à imprensa durante a visita que a ministra da Família e Promoção da Mulher, Filomena Delgado, efetuou àquela unidade hospitalar, tendo ainda revelado que a "falta de cuidados pré-natais" é principal causa das mortes.
"A mortalidade neonatal aqui no serviço está um bocado alta. Nestes dois últimos meses foi de 113 em janeiro e agora 115 no mês de fevereiro, por mil partos, que se devem ao mau seguimento do pré-natal nas mães, em que certas situações poderiam ser identificadas antes do parto e não são", disse Corado Silva.
A maternidade Lucrécia Paim é uma das maiores unidades hospitalares de Angola, especializada no atendimento e consulta às mulheres gestantes.
De acordo com médico pediatra, a unidade hospitalar regista em média 100 casos de crianças seropositivas por mês e das crianças que participam no programa de corte de transmissão vertical "apenas quatro fora infetadas por falta de colaboração das mães".
"Nos últimos dois meses, dezembro e janeiro, de todos que participaram nos programas de transmissão vertical, não tivemos nenhum infetado, mas já no fim do mês de fevereiro tivemos quatro, por falta de colaboração das próprias mães", esclareceu.
A Lusa noticiou a 03 de março que a Rede Angolana de Serviços da Sida, organização não-governamental, estima que apenas 3.000 crianças infetadas com HIV-Sida em Angola estão a fazer terapia antirretroviral, o equivalente a cerca de dez por cento do total.
Diariamente o serviço de urgência da maternidade pública de Luanda atende em média entre 150 a 200 pacientes, e destas cerca de 50 são encaminhadas pela sala de parto.
A diretora da maternidade, Adelaide de Carvalho, disse na ocasião que a instituição as vezes se vê com " dificuldades para responder à demanda", e acrescentou que a unidade hospitalar carece de médicos anestesistas.
"Temos 58 médicos entre nacionais e estrangeiros, temos uma carência grande em médicos anestesistas, estamos a trabalhar por esta altura com uma equipa de um anestesista nacional e mais dois estrangeiros, mas ainda consideramos insuficiente", disse.
Por sua vez, a ministra Filomena Delgado, explicou que, no âmbito do comité de auditoria das mortes maternas e neo-natais, que as dificuldades que o hospital enfrenta " tem implicações na mortalidade e na assistência mais efetiva dos pacientes".
"Saio da maternidade um bocado preocupada, porque as dificuldades que a direção apresentou tem implicações diretas na mortalidade e na assistência mais efetiva que deveria haver aqui", lamentou a ministra.

lunes, 30 de noviembre de 2015

Governo de Angola e BAD assinam acordo de financiamento

Governo de Angola e BAD assinam acordo de financiamento

Data de Publicação: Nov 27, 2015

















O Governo de Angola e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), assinaram nesta sexta-feira, em Luanda, um acordo de financiamento no valor de $100 Milhões de dólares americanos (90% a ser financiado pelo BAD e com um financiamento de contrapartida de 10% do Governo) para apoiar projectos de Ciência e Tecnologia no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento do Executivo.
O Projeto de Desenvolvimento Ciência e Tecnologia (PDST) vai abranger todo território nacional, com destaque para alguns resultados globais nomeadamente, construção e equipamento de um parque científico e tecnológico, bolsas de financiamento e projectos de investigação, implementação de actividades de promoção e fortalecimento da participação das mulheres em actividades científicas, tecnológicas e inovadoras actividades, desenvolvimento de competências no ensino secundário, e apoio à gestão da propriedade intelectual.
O PDST visa contribuir para a diversificação da economia angolana através da promoção da inovação tecnológica, bem como a melhoria da produtividade e competitividade das empresas no sector não petrolífero.
Este é um dos focos estratégicos que consta do Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 (NDP) do executivo que pretende promover o desenvolvimento científico e tecnológico, a fim de melhorar o desempenho de Angola em termos de inovação a nível global.
O projecto prevê beneficiar 155 pesquisadores, inseridos em 40 equipas, das quais 55% são do sexo feminino e irão usufruir de treinamento e bolsas de estudo.
O leque de empresas de apoio ao parque tecnológico permitirá que os jovens angolanos realizem testes no sentido de desenvolver protótipos e implementarem os seus próprios negócios. Por fim, o projeto pretende igualmente alavancar o sector privado bem como as iniciativas no âmbito das actividades ligadas à investigação e ao desenvolvimento do empreendedorismo.
Foram dignitários do acordo, o Ministro das Finanças da República de Angola, Armando Manuel, e o Representante do BAD no nosso país, Septime Martin.
Septime Martin, aproveitou a ocasião para elogiar os esforços que o Executivo angolano tem feito para alavancar a agenda de diversificação da economia em todo o país, em particular no sector produtivo, salientando que os esforços para acelerar a diversificação da economia e o aumento gradual do peso do sector não petrolífero no PIB, desde 2002, é a evidência de que o desempenho de Angola está num bom caminho.

viernes, 27 de noviembre de 2015

OGE de Angola para 2016 com votação final em Dezembro

OGE de Angola para 2016 com votação final em Dezembro

O parlamento de Angola reúne-se em plenário dia 11 de Dezembro para a votação final global do Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2016, de acordo com uma decisão tomada em reunião de dirigentes parlamentares.
A proposta de Lei do Orçamento Geral do Estado para o exercício económico de 2016 foi aprovada, na generalidade, no dia 17 de Novembro corrente.
A proposta foi elaborada com base no preço médio do barril de petróleo de 45 dólares e uma produção diária de 1,888 milhões de barris, perspectivando o cenário macroeconómico subjacente um crescimento do Produto Interno Bruto de 3,3% e uma taxa de inflação de 11%.
A presente proposta de Lei contempla despesas fixadas em 6,429 biliões de kwanzas e um défice orçamental em percentagem do Produto Interno Bruto de 5,5%. (Macauhub/AO)

África debe aprovechar el déficit mundial de café previsto para 2030

África debe aprovechar el déficit mundial de café previsto para 2030


Los productores de café de África deben aprovechar la demanda de alrededor de 200 millones de sacos, que el mundo tendrá en el año 2030, para suministrar la mayor parte del producto que los consumidores necesitan, tal y como ha señalado el Ministro angoleño de Agricultura, Afonso Pedro Canga.
El titular de la cartera de Agricultura de Angola lanzó este reto en la apertura de la Asamblea General de la Organización Interafricana del Café (OIAC), que se celebró bajo el lema "Género y juventud en la industria cafeícola en África."
Según Afonso Canga, "los recientes informes sobre el café del Foro Mundial apuntan a que en 2030 la demanda mundial de café alcanzará cerca de 200 millones de sacos, frente a los 149 millones actuales, y África puede y debe tomar ventaja de esta oportunidad proporcionando más producto".
Para ello, el continente tiene que aumentar la inversión, sobre todo en la investigación, la innovación, la extensión, la modernización de la infraestructura, la renovación y expansión de las plantaciones.
"Sólo de esta manera podemos ser competitivos, aumentar la productividad y calidad del producto", dijo el ministro, señalando que la Asamblea debe tomar decisiones y encontrar soluciones para las diferentes preocupaciones del sector caféícola en el continente.
Sobre la producción de café en África, dijo que la principal preocupación es la mano de obra. También señalaron que las mujeres han jugado un papel clave en la producción, y por otro lado, los jóvenes tienden a abandonar la actividad cafeícola.
Con respecto a este hecho, se sugiere hacer un enfoque profundo en estos aspectos ya que "el futuro del café de África depende de la participación de la juventud." Así mismo, subrayó, es urgente ajustar las políticas y estrategias públicas orientadas a la reinserción de los jóvenes en el proceso de producción, ya sea como trabajadores por los demás, ya sea como empresarios.
También dijo que es urgente poner en valor y retribuir el trabajo de las mujeres, su reconocimiento y la defensa de sus derechos.
Angola fue una vez el tercer mayor productor de café del mundo, y cofundador de la OACI. En la actualidad, los principales productores de café del continente africano son Etiopía, Uganda y Costa de Marfil.
La organización Inter-Africana del Café está formada por 25 países productores y fue creada con el fin de vigilar y defender el papel de la cultura del café en el desarrollo socioeconómico de África. Angola dejará este año la Presidencia de la OACI.