lunes, 18 de diciembre de 2017

Hospital Sanatório entra em obras de reabilitação

Hospital Sanatório entra em obras de reabilitação

Josina de Carvalho e João Dias |
O Hospital Sanatório de Luanda vai ser reabilitado e ter as suas instalações ampliadas a partir do mês de Março do próximo ano, anunciou ontem a ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, no final da visita do Presidente da República, João Lourenço, àquela unidade hospitalar que se encontra em estado avançado de degradação. 

Presidente da República quando recebia explicações sobre a situação do Hospital Sanatório de Luanda
Fotografia: Francisco Bernardo | Edições Novembro

O projecto de reabilitação e expansão das instalações do hospital foi apresentado ao Presidente da República, depois de ter visitado a infra-estrutura para constatar o nível de degradação, 45 anos depois da sua inauguração (15 de Julho de 1972) sem ter beneficiado de obras de reabilitação.
O arquitecto que fez a apresentação do projecto, Ricardo Henriques, informou que as obras vão durar 20 meses, devendo, numa primeira fase, ser construídas as novas instalações, para permitir a transferência dos pacientes que se encontram no edifício antigo, que será posteriormente recuperado.
O edifício antigo, com três pisos e terraço, tem inúmeras infiltrações que afectam gravemente o tecto do banco de urgência e colocam-no em risco iminente de desabamento. O sistema de esgoto está inoperante e o fornecimento de energia eléctrica é deficiente, assim como o abastecimento de água potável, o que obriga à compra do líquido diariamente em camiões cisternas.
O novo director do hospital, Leonardo Rodrigues, que está em funções há apenas dois dias, contou que a carência de água e a inoperância do sistema de esgoto impedem a utilização das casas de banho e obrigam os pacientes e seus acompanhantes a fazerem as suas necessidades fisiológicas nos arredores do hospital. Os pacientes, que pela sua condição física debilitada não podem andar, utilizam sacos plásticos e latas para esse efeito.
“Estamos a prestar cuidados de saúde em condições críticas que considero infra-humanas”, declarou o director, dando a conhecer que muitos doentes e acompanhantes saem do hospital com outros problemas de saúde, devido às más condições higiénicas.
Além das condições do hospital e de trabalho, Leonardo Rodrigues disse estar preocupado com a falta de humanização dos cuidados de saúde, que, no seu entender, é uma questão de mentalidade e não apenas resultante das condições de trabalho. Para reverter a situação, vai apostar na formação dos profissionais, embora reconheça que a força de vontade é fundamental.
Neste momento, o Hospital Sanatório de Luanda, com 250 camas, tem medicamentos suficientes para atender os pacientes internados, num total de 293, e para os dois mil assistidos em regime ambulatório. Alguns dos pacientes estão acomodados em colchões estendidos no chão. O hospital regista 15 mortes por semana.
Quando o hospital não tem determinado medicamento, luvas ou máscaras, os pacientes compram em farmácias fora do hospital, segundo Teresa Vicente, a enfermeira responsável da nave, uma área onde estão internados 47 pacientes, dos quais 24 do sexo feminino e 23 masculino. Mas, à porta do hospital, também se vende máscaras e luvas a 100 e 200 kwanzas, conforme a qualidade do material. Ontem, os vendedores foram retirados do local devido à visita do Presidente João Lourenço, aplaudida pelo director do hospital, pelo facto de a unidade hospitalar atender pacientes com uma patologia infecto-contagiosa, como é a tuberculose, que amedronta inclusive médicos. “É uma honra receber a visita do Presidente da República e uma grande responsabilidade para nós. Estamos proibidos de falhar”, disse Leonardo Rodrigues, que antes foi director do Hospital do Prenda.  
O Hospital Sanatório de Luanda tem 25 médicos, dos quais 18 angolanos e sete cubanos, 215 enfermeiros e 298 funcionários de apoio. Para satisfazer à procura, há necessidade de mais 87 médicos, segundo o director.

Inauguração de viadutoO viaduto do Camama, inaugurado ontem pelo Presidente da República, João Lourenço, dá cumprimento a mais uma etapa do programa de melhoria dos acessos ao novo Aeroporto Internacional de Luanda e da circulação rodoviária na cidade capital, afirmou ontem o ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida.
“Este viaduto e as obras correlatas, ainda em curso nas vias que interligam a via expressa Comandante Fidel Castro à via Comandante Pedro de Castro Van-Dúnem “Loy”, constituem as infra-estruturas rodoviárias que vão facilitar que exista uma circulação segura e ordenada nesta parte de Luanda”, adiantou o ministro. À sua chegada ao local, o Chefe de Estado foi recebido com grande ovação pelos munícipes de Belas. Após ter recebido informações técnicas da obra da parte do ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, e da engenheira do INEA, Rosária Kiala, o Presidente da República descerrou a placa, aspergiu simbolicamente champanhe no chão do viaduto e caminhou alguns metros sobre ele.
Para encerrar o breve acto de inauguração, o Presidente da República foi um dos primeiros a passar pelo viaduto do Camama, construído em oito meses, abrindo-o oficialmente para os utentes.
O viaduto do Camama vai melhorar a integração dos eixos viários estruturantes e a ligação entre a via expressa e a avenida Pedro de Castro Van-Duném “Loy”, bem como o tráfego na ex-rotunda do Camama, no passado, um dos pontos críticos na mobilidade em Luanda.
O ministro da Construção e Obras Públicas explicou que o viaduto do Camama é também uma alternativa importante para o acesso à via expressa e desta para o novo Aeroporto Internacional de Luanda, acrescentando que o viaduto faz parte dos 15 nós rodoviários já construídos.

Estruturas integradas

Manuel Tavares de Almeida informou estar em curso a implantação de infra-estruturas integradas na cidade de Luanda, o que pressupõe redes técnicas, sistemas de drenagem e a melhoria e construção de vias rodoviárias. Para o efeito, pediu o envolvimento de todas as entidades no que toca ao compromisso com a qualidade, segurança e cumprimento de prazos.
O responsável falou da necessidade de preservação do investimento realizado em obras públicas, o que implica a conservação e manutenção para evitar desperdícios de recursos em reabilitação. “Toda a obra precisa de manutenção e preservação, mas não se deve confundir falta de manutenção com obra mal executada, ou seja, todo o esforço empreendido para se ter uma obra de qualidade fica comprometido se não houver manutenção permanente”, avisou Manuel Tavares de Almeida, para quem é relevante o desassoreamento dos sistemas de drenagem como valetas, canais e esgotos.
Ao referir-se a estes sistemas, o ministro insistiu ser preciso apostar na sua manutenção.

Ministro da Construção anuncia formação de formadores


O ministro da Construção e Obras Públicas anunciou que, a partir do próximo ano, o sector vai implementar acções de formação de formadores para técnicos de construção civil. Neste momento, o ministério conta com quatro centros de formação profissional instalados em Luanda, Huambo, Catumbela (Benguela) e Cacuso (Malanje).
Segundo a engenheira Rosária Kiala, do INEA, o viaduto do Camama faz parte de um programa lançado pelo Ministério da Construção e Obras Públicas em Fevereiro deste ano, juntamente com a consignação de várias obras na cidade de Luanda.
O programa visa melhorar os acessos ao novo Aeroporto Internacional de Luanda e criar uma melhor mobilidade na cidade de Luanda. “Temos muitos constrangimentos aqui na cidade e é por isso que o programa pretende a melhoria do acesso e mobilidade em Luanda. Identificámos os pontos críticos, que passavam pela intercessão entre as vias primárias e secundárias e alguns pontos como o do Camama, rotunda da Boa Vista, Unidade Operativa, a entrada e saída do Kilamba e do Zango.” Todos estes nós rodoviários, disse, estão a funcionar e os ganhos estão à vista.
Os moradores revelaram grande satisfação, pois a construção do viaduto, juntamente com passeios, eliminou o que consideram ser um mal que os afligiu durante muitos anos: a lama, quando chove, e a poeira em tempos de Cacimbo. “Apanhávamos muitas doenças respiratórias. Estamos satisfeitos”, disse António Manuel, coordenador do bairro 4 de Abril, município de Belas. A construção do viaduto gerou 760 postos de trabalho.
Com uma extensão de 493 metros e 25 de largura, sendo 11 para cada faixa, o viaduto tem a previsão de receber pelo menos, 9.104 veículos por hora.

miércoles, 15 de noviembre de 2017

Hospital Materno Infantil Augusto Ngangula

Maternidade Augusto Ngangula

A minha abordagem hoje vai para o atendimento e o comportamento de algumas trabalhadoras e o pessoal de serviço da guarda e guarnição do Hospital Materno Infantil Augusto Ngangula, na Rua Ndunduma, no bairro Miramar, distrito urbano do Sambizanga, em Luanda.
Na segunda-feira, 30 de Outubro, quando eram 23h18, chegados à Maternidade Augusto Ngangula, o pessoal de serviço da guarda e alguns elementos da Polícia Nacional tentaram e sem sucesso impedir a nossa entrada no hospital.
O pessoal alegava que não podia atender a paciente que havia feito o trabalho de parto numa viatura, quando era transportada para a maternidade. Depois de desfeito o imbróglio com o pessoal da guarda e da Polícia Nacional, foi a vez de alguns membros da equipa médica em serviço solicitar a habitual “gasosa” para a compra das luvas, soro oral e seringas.
Só vendo porque ninguém acredita, principalmente pelo pessoal que nunca esteve naquela maternidade. A minha questão é saber onde está a inspecção do Ministério da Saúde?
Será que isto não é o do conhecimento da Direcção Provincial de Saúde?. O atendimento na Maternidade Augusto Ngangula é péssimo.
A deontologia profissional e a etiqueta de saúde foram parar ao pântano. Pois, é, à entrada da maternidade os funcionários começam a solicitar de imediato “gasosa”. É um vício que tem de ser estancado com urgência.

Jacob João, Rangel

martes, 14 de marzo de 2017

Maternidade de Luanda

Maternidade de Luanda com mais de 110 óbitos por cada mil partos em dois meses

A "falta de cuidados pré-natais" é principal causa das mortes. O serviço de urgência da maternidade de Luanda atende diariamente entre 150 a 200 pacientes











Mais de 110 crianças morreram, por cada 1.000 partos, na maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, nos últimos dois meses, informou hoje o chefe de serviço da neonatologia da maternidade pública, Corado Silva
O médico falava à imprensa durante a visita que a ministra da Família e Promoção da Mulher, Filomena Delgado, efetuou àquela unidade hospitalar, tendo ainda revelado que a "falta de cuidados pré-natais" é principal causa das mortes.
"A mortalidade neonatal aqui no serviço está um bocado alta. Nestes dois últimos meses foi de 113 em janeiro e agora 115 no mês de fevereiro, por mil partos, que se devem ao mau seguimento do pré-natal nas mães, em que certas situações poderiam ser identificadas antes do parto e não são", disse Corado Silva.
A maternidade Lucrécia Paim é uma das maiores unidades hospitalares de Angola, especializada no atendimento e consulta às mulheres gestantes.
De acordo com médico pediatra, a unidade hospitalar regista em média 100 casos de crianças seropositivas por mês e das crianças que participam no programa de corte de transmissão vertical "apenas quatro fora infetadas por falta de colaboração das mães".
"Nos últimos dois meses, dezembro e janeiro, de todos que participaram nos programas de transmissão vertical, não tivemos nenhum infetado, mas já no fim do mês de fevereiro tivemos quatro, por falta de colaboração das próprias mães", esclareceu.
A Lusa noticiou a 03 de março que a Rede Angolana de Serviços da Sida, organização não-governamental, estima que apenas 3.000 crianças infetadas com HIV-Sida em Angola estão a fazer terapia antirretroviral, o equivalente a cerca de dez por cento do total.
Diariamente o serviço de urgência da maternidade pública de Luanda atende em média entre 150 a 200 pacientes, e destas cerca de 50 são encaminhadas pela sala de parto.
A diretora da maternidade, Adelaide de Carvalho, disse na ocasião que a instituição as vezes se vê com " dificuldades para responder à demanda", e acrescentou que a unidade hospitalar carece de médicos anestesistas.
"Temos 58 médicos entre nacionais e estrangeiros, temos uma carência grande em médicos anestesistas, estamos a trabalhar por esta altura com uma equipa de um anestesista nacional e mais dois estrangeiros, mas ainda consideramos insuficiente", disse.
Por sua vez, a ministra Filomena Delgado, explicou que, no âmbito do comité de auditoria das mortes maternas e neo-natais, que as dificuldades que o hospital enfrenta " tem implicações na mortalidade e na assistência mais efetiva dos pacientes".
"Saio da maternidade um bocado preocupada, porque as dificuldades que a direção apresentou tem implicações diretas na mortalidade e na assistência mais efetiva que deveria haver aqui", lamentou a ministra.