martes, 15 de marzo de 2011

Investimentos para projectos em Angola pela União Europeia regista níveis baixos

Estratégia da colaboração tem sido centrada na assistência à desconcentração e descentralização administrativa e em vários acções institucionais em Angola


ADÉRITO VELOSO



A ministra do Planeamento, Ana Dias Lourenço, anunciou que a absorção dos investimentos para a execução de projectos em Angola com o apoio da União Europeia (UE) ainda está a um nível muito baixo, com apenas 26 por cento. Esta situação, segundo indicou, encontra justificação na programação e preparação técnica dos vários dossiers por parte de especialistas angolanos, o que, de certa forma, tem contribuído negativamente na aprovação e decisão dos documentos entre Luanda e Bruxelas.

Ana Dias Lourenço falava em Luanda, na passada quinta-feira (10), na mesa redonda sobre o Acordo de Cotonou (Benin) e a Assembleia Parlamentar Paritária dos países de África, Caraíbas e Pacífico--União Europeia (ACP-UE), promovida sob a iniciativa do grupo nacional da Assembleia Parlamentar Paritária da ACP-UE.

“Precisamos, internamente, de melhorar as nossas práticas em termos de preparação técnica dos respectivos projectos, e, por outro lado, a União Europeia também precisa de flexibilizar um pouco mais os seus processos, diminuir um pouco a burocracia na tramitação destes para a aprovação”, disse a governante, antes de garantir que, até 2013, o programa será concluído.

A cooperação entre Angola e a União Europeia (UE) remonta há já 25 anos e tem sido uma mais-valia para o apoio aos vários projectos de governação do país. De acordo com Ana Dias Lourenço, a contribuição da UE no esforço de desenvolvimento do país tem sido importante, a julgar pela avaliação positiva dos projectos que a instituição está a ajudar a implementar em Angola nos vários domínios.

“Os vários domínios da parceria de Angola e a UE têm sido marcados, nos últimos anos, pelo aumento dos compromissos, pela extensão nos domínios de intervenção e aumento dos recursos financeiros, o que tem sido possível graças a um diálogo permanente”, afirmou.

A ministra do Planeamento disse ser necessária a cooperação, na medida em que o país tem conseguido ajustar os seus programas estratégicos à situação mundial, o que, de certa forma, tem contribuído nos esforços que visam o desenvolvido do país.

Projectos
A governante, que dissertava sobre o tema “Relações entre a República de Angola e a Comunidade Europeia: Documento de Estratégia para o país e Programa Indicativo Nacional para o período 2008/2013”, destacou que os longos anos de parcerias têm também permitido uma melhor apropriação dos programas, bem como uma maior absorção dos fundos atribuídos pela UE a Angola. Ana Dias Lourenço salientou que, nos últimos anos, como resultado da estabilidade política que o país está a registar, a cooperação passou dos programas de ajuda de emergência e de segurança alimentar para os de reabilitação e desenvolvimento, no quadro do VIII Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED), que tem como estratégia principal o apoio à agricultura, desenvolvimento rural, desconcentração e descentralização administrativa.

O programa indicativo nacional que vai vigorar no período 2008/2013 tem o apoio do FED e foi aprovado pelo Executivo angolano em Agosto de 2007. A sua implementação teve início formal em Novembro de 2008, com a assinatura, em Luanda, deste documento global de programação, que orienta a cooperação entre Angola e a UE neste período.

Financiamentos
A doação financeira da UE compreende duas vertentes. A primeira, com um montante indicativo de 214 milhões de euros, apoia três sectores focais: a governação, com cerca de 20 por cento do montante (42 milhões de euros); o o desenvolvimento social e humano, com 32 por cento, num total de 68,5 milhões; por último, a agricultura, desenvolvimento rural e a segurança alimentar, também com 30 por cento e um montante de 68,5 milhões. Os restantes 16 por cento, num valor de 35 milhões de euros, serão distribuídos para sectores não focais, nomeadamente os de água e saneamento básico, apoio à integração regional, actores não estatais, facilidade de cooperação técnica, sector privado, biodiversidade, bem como a iniciativa de governação dos países de língua oficial portuguesa, com sete milhões de euros.

“A estratégia de cooperação entre Angola e a União Europeia apoia as necessidades mais relevantes para o nosso país, através de acções directas a vários projectos de impacto comunitário, assim como no apoio institucional nos domínios da desconcentração e descentralização e nos domínios dos serviços essenciais básicos, como a saúde e educação”, informou a ministra, antes de frisar que o programa tem ainda como objectivo desenvolver acções no domínio da agricultura, infra-estruturas sociais e desenvolvimento sustentável.

A estratégia governamental enquadra ainda o apoio à modernização da administração pública; governação local; fortalecimento da administração financeira, onde se destaca a capacitação na elaboração do plano do orçamento na assistência aos Ministérios do Planeamento e das Finanças, bem como o aumento da transparência.

Ainda no quadro da cooperação entre a UE e Angola, existe um outro pacote financeiro orçado em 13,9 milhões de euros, que servirá para fazer face a situações de emergências, como as resultantes de calamidades naturais.

A estratégia de cooperação representa um aumento de 20 por cento relativamente ao montante da estratégia precedente do período 2002/2007, que tinha sido dotada inicialmente de 177 milhões de euros.

No quadro do apoio institucional ao sector de planeamento, a convenção foi assinada em 2010 com um orçamento de 13,5 milhões de euros, que visa financiar a assistência técnica a várias áreas do Ministério do Planeamento, com destaque no apoio no planeamento macroeconómico, com cerca de 971 mil euros; Direcção Nacional de Estudos e Planeamento (350 mil); Instituto Nacional de Estatística (dois milhões 336 mil); Secretariado Nacional da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC, um milhão 476 mil) e Serviços do Ordenador Nacional do FED (quatro milhões 485 mil).
A cooperação entre Angola e a União Europeia (UE) foi iniciada na altura da assinatura da terceira Convenção da ACP-UE de Lomé (Togo), em 1986.

Angola beneficia da iniciativa da UE desde 2001, no quadro de um programa denominado “Tudo menos armas”, que visa garantir o acesso livre de todos os produtos angolanos a mercados da UE. Com alguns membros da SADC, Angola negociou com a UE, desde 2004, o acordo de parceria económica com vista a substituir o similar de Lomé e criar um quadro compatível com a Organização Mundial do Comércio para preferências recíprocas e cooperação mútua, que entrou em vigor em 2008.

martes, 8 de marzo de 2011

Vigo monta y embarca hacia Angola la primera central eléctrica flotante construida en España

Vigo monta y embarca hacia Angola la primera central eléctrica flotante construida en España

Freire construyó la plataforma y armó la estación junto a técnicos de General Electric

 01:21  
ALBERTO BLANCO La primera central eléctrica flotante que se construye en España tiene sello vigués. Freire envía hoy a Luanda (capital de Angola) una de las infraestructuras más ambiciosas e innovadoras realizadas por el astillero. Se trata de una barcaza de acero de 1.206 metros cuadrados de superficie y 4 metros de altura en la que se levanta una planta de suministro eléctrico con una potencia suficiente para abastecer a una población de 70.000 habitantes. 


El proyecto fue adjudicado por el Ministerio de Energía y Aguas de la República de Angola a la UTE formada por la empresa zaragozana Soluciones de Gestión y Apoyo a Empresas; y la madrileña Comercial Cueto 92. La firma, que cuenta con la colaboración de la prestigiosa compañía de ingeniería vasca Idom, encargó la turbina de 42 MW a la multinacional General Electric. A Freire le asignó la construcción de la plataforma flotante y el montaje de la estación. Tras más de 17 meses de trabajo, hoy partirá hacia el puerto de Luanda, donde llegará dentro de dos semanas tras recorrer los 6.500 kilómetros que separan Vigo de la capital angoleña.
La plataforma sobre la que se sustenta la central eléctrica está fabricada íntegramente en acero. Esta característica la hace "única en el mundo", según los responsables de la obra. "Las pocas de las que tenemos constancia se hicieron sobre una base de hormigón que luego se instalaba sobre la ´pontona´ flotante de acero. Éste era el proyecto inicial que encargamos. Freire nos propuso hacerlo todo en acero. La idea nos sorprendió y lo aceptamos porque evitaba el problema de resquebrajamiento y reducía considerablemente el peso de la estructura", explica el director técnico de la UTE Cueto-Soluciones, Enrique Ibáñez.
Los responsables del astillero vigués trabajaron codo con codo con los técnicos de General Electric para la instalación de la central eléctrica sobre la plataforma. "No solo es la primera central flotante que montamos, sino también la primera ´pontona´. Somos expertos en acero y por eso creímos que ésta era mejor solución que el hormigón. La decisión ha sido un éxito", destaca Guillermo Freire, responsable del astillero.
La estructura se divide en cubierta y bodega. En el interior se ubican varios tanques de gasóleo de 2.500 m3 y la sala de bombas. Angola es uno de los mayores productores del mundo de este combustible, por ello su Gobierno optó por utilizarlo para alimentar la turbina que, junto a la estación de mando, un transformador y una planta de tratamiento de agua, se ubica en la parte superior.
La central eléctrica se conectará desde el mar con una subestación de Luanda y también con un gasoducto a través del que se le suministrará el combustible. "La intención es que su ubicación sea permanente, pero al ser flotante podría trasladarse a cualquier parte si fuera necesario", destaca Óscar Bella, director de Proyectos de Idom.
Si la construcción de la central eléctrica flotante marca un hito en Vigo, la maniobra para cargarla no será menos. Las 1.700 toneladas que pesa se subirán hoy a bordo del carguero semi-sumergible Eagle perteneciente a la prestigiosa compañía noruega de transportes pesados Offshore Heavy Transport en una operación inédita en la ría.
La firma, que porta en sus buques las grandes plataformas petrolíferas, fue contratada incluso por el Gobierno de los Estados Unidos para transportar un buque militar destrozado por un ataque terrorista durante la Guerra del Golfo.
El barco, que puede sumergirse hasta 20 metros, inició esta madrugada el proceso para descender cinco. A primera hora de hoy estará ya parcialmente bajo el agua quedando solo a la vista el puente de mando y la proa. "Aunque por las dimensiones de la ´pontona´ ésta es una maniobra sencilla, es espectacular y quizás la primera vez que se vea en Vigo", asegura el director de la consignataria Combalia Agencia Marítima, Daniel Taboada.
Dos remolcadores arrastrarán la central eléctrica desde Bouzas a las ocho de la mañana y la situarán en la lámina de agua que quedará sobre la cubierta del Eagle. Una vez estabilizada, el buque emergerá y enganchará la plataforma, que tendrá que ser luego anclada. El barco partirá mañana hacia Luanda a las nueve de la mañana.