Hospital Sanatório entra em obras de reabilitação
Josina de Carvalho e João Dias |
O Hospital Sanatório de Luanda vai ser reabilitado e ter as suas instalações ampliadas a partir do mês de Março do próximo ano, anunciou ontem a ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, no final da visita do Presidente da República, João Lourenço, àquela unidade hospitalar que se encontra em estado avançado de degradação.
Fotografia: Francisco Bernardo | Edições Novembro
O projecto de reabilitação e expansão das instalações do hospital foi apresentado ao Presidente da República, depois de ter visitado a infra-estrutura para constatar o nível de degradação, 45 anos depois da sua inauguração (15 de Julho de 1972) sem ter beneficiado de obras de reabilitação.
O arquitecto que fez a apresentação do projecto, Ricardo Henriques, informou que as obras vão durar 20 meses, devendo, numa primeira fase, ser construídas as novas instalações, para permitir a transferência dos pacientes que se encontram no edifício antigo, que será posteriormente recuperado.
O edifício antigo, com três pisos e terraço, tem inúmeras infiltrações que afectam gravemente o tecto do banco de urgência e colocam-no em risco iminente de desabamento. O sistema de esgoto está inoperante e o fornecimento de energia eléctrica é deficiente, assim como o abastecimento de água potável, o que obriga à compra do líquido diariamente em camiões cisternas.
O novo director do hospital, Leonardo Rodrigues, que está em funções há apenas dois dias, contou que a carência de água e a inoperância do sistema de esgoto impedem a utilização das casas de banho e obrigam os pacientes e seus acompanhantes a fazerem as suas necessidades fisiológicas nos arredores do hospital. Os pacientes, que pela sua condição física debilitada não podem andar, utilizam sacos plásticos e latas para esse efeito.
“Estamos a prestar cuidados de saúde em condições críticas que considero infra-humanas”, declarou o director, dando a conhecer que muitos doentes e acompanhantes saem do hospital com outros problemas de saúde, devido às más condições higiénicas.
Além das condições do hospital e de trabalho, Leonardo Rodrigues disse estar preocupado com a falta de humanização dos cuidados de saúde, que, no seu entender, é uma questão de mentalidade e não apenas resultante das condições de trabalho. Para reverter a situação, vai apostar na formação dos profissionais, embora reconheça que a força de vontade é fundamental.
Neste momento, o Hospital Sanatório de Luanda, com 250 camas, tem medicamentos suficientes para atender os pacientes internados, num total de 293, e para os dois mil assistidos em regime ambulatório. Alguns dos pacientes estão acomodados em colchões estendidos no chão. O hospital regista 15 mortes por semana.
Quando o hospital não tem determinado medicamento, luvas ou máscaras, os pacientes compram em farmácias fora do hospital, segundo Teresa Vicente, a enfermeira responsável da nave, uma área onde estão internados 47 pacientes, dos quais 24 do sexo feminino e 23 masculino. Mas, à porta do hospital, também se vende máscaras e luvas a 100 e 200 kwanzas, conforme a qualidade do material. Ontem, os vendedores foram retirados do local devido à visita do Presidente João Lourenço, aplaudida pelo director do hospital, pelo facto de a unidade hospitalar atender pacientes com uma patologia infecto-contagiosa, como é a tuberculose, que amedronta inclusive médicos. “É uma honra receber a visita do Presidente da República e uma grande responsabilidade para nós. Estamos proibidos de falhar”, disse Leonardo Rodrigues, que antes foi director do Hospital do Prenda.
O Hospital Sanatório de Luanda tem 25 médicos, dos quais 18 angolanos e sete cubanos, 215 enfermeiros e 298 funcionários de apoio. Para satisfazer à procura, há necessidade de mais 87 médicos, segundo o director.
Inauguração de viadutoO viaduto do Camama, inaugurado ontem pelo Presidente da República, João Lourenço, dá cumprimento a mais uma etapa do programa de melhoria dos acessos ao novo Aeroporto Internacional de Luanda e da circulação rodoviária na cidade capital, afirmou ontem o ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida.
“Este viaduto e as obras correlatas, ainda em curso nas vias que interligam a via expressa Comandante Fidel Castro à via Comandante Pedro de Castro Van-Dúnem “Loy”, constituem as infra-estruturas rodoviárias que vão facilitar que exista uma circulação segura e ordenada nesta parte de Luanda”, adiantou o ministro. À sua chegada ao local, o Chefe de Estado foi recebido com grande ovação pelos munícipes de Belas. Após ter recebido informações técnicas da obra da parte do ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, e da engenheira do INEA, Rosária Kiala, o Presidente da República descerrou a placa, aspergiu simbolicamente champanhe no chão do viaduto e caminhou alguns metros sobre ele.
Para encerrar o breve acto de inauguração, o Presidente da República foi um dos primeiros a passar pelo viaduto do Camama, construído em oito meses, abrindo-o oficialmente para os utentes.
O viaduto do Camama vai melhorar a integração dos eixos viários estruturantes e a ligação entre a via expressa e a avenida Pedro de Castro Van-Duném “Loy”, bem como o tráfego na ex-rotunda do Camama, no passado, um dos pontos críticos na mobilidade em Luanda.
O ministro da Construção e Obras Públicas explicou que o viaduto do Camama é também uma alternativa importante para o acesso à via expressa e desta para o novo Aeroporto Internacional de Luanda, acrescentando que o viaduto faz parte dos 15 nós rodoviários já construídos.
Estruturas integradas
Manuel Tavares de Almeida informou estar em curso a implantação de infra-estruturas integradas na cidade de Luanda, o que pressupõe redes técnicas, sistemas de drenagem e a melhoria e construção de vias rodoviárias. Para o efeito, pediu o envolvimento de todas as entidades no que toca ao compromisso com a qualidade, segurança e cumprimento de prazos.
O responsável falou da necessidade de preservação do investimento realizado em obras públicas, o que implica a conservação e manutenção para evitar desperdícios de recursos em reabilitação. “Toda a obra precisa de manutenção e preservação, mas não se deve confundir falta de manutenção com obra mal executada, ou seja, todo o esforço empreendido para se ter uma obra de qualidade fica comprometido se não houver manutenção permanente”, avisou Manuel Tavares de Almeida, para quem é relevante o desassoreamento dos sistemas de drenagem como valetas, canais e esgotos.
Ao referir-se a estes sistemas, o ministro insistiu ser preciso apostar na sua manutenção.
Ministro da Construção anuncia formação de formadores
O ministro da Construção e Obras Públicas anunciou que, a partir do próximo ano, o sector vai implementar acções de formação de formadores para técnicos de construção civil. Neste momento, o ministério conta com quatro centros de formação profissional instalados em Luanda, Huambo, Catumbela (Benguela) e Cacuso (Malanje).
Segundo a engenheira Rosária Kiala, do INEA, o viaduto do Camama faz parte de um programa lançado pelo Ministério da Construção e Obras Públicas em Fevereiro deste ano, juntamente com a consignação de várias obras na cidade de Luanda.
O programa visa melhorar os acessos ao novo Aeroporto Internacional de Luanda e criar uma melhor mobilidade na cidade de Luanda. “Temos muitos constrangimentos aqui na cidade e é por isso que o programa pretende a melhoria do acesso e mobilidade em Luanda. Identificámos os pontos críticos, que passavam pela intercessão entre as vias primárias e secundárias e alguns pontos como o do Camama, rotunda da Boa Vista, Unidade Operativa, a entrada e saída do Kilamba e do Zango.” Todos estes nós rodoviários, disse, estão a funcionar e os ganhos estão à vista.
Os moradores revelaram grande satisfação, pois a construção do viaduto, juntamente com passeios, eliminou o que consideram ser um mal que os afligiu durante muitos anos: a lama, quando chove, e a poeira em tempos de Cacimbo. “Apanhávamos muitas doenças respiratórias. Estamos satisfeitos”, disse António Manuel, coordenador do bairro 4 de Abril, município de Belas. A construção do viaduto gerou 760 postos de trabalho.
Com uma extensão de 493 metros e 25 de largura, sendo 11 para cada faixa, o viaduto tem a previsão de receber pelo menos, 9.104 veículos por hora.
O arquitecto que fez a apresentação do projecto, Ricardo Henriques, informou que as obras vão durar 20 meses, devendo, numa primeira fase, ser construídas as novas instalações, para permitir a transferência dos pacientes que se encontram no edifício antigo, que será posteriormente recuperado.
O edifício antigo, com três pisos e terraço, tem inúmeras infiltrações que afectam gravemente o tecto do banco de urgência e colocam-no em risco iminente de desabamento. O sistema de esgoto está inoperante e o fornecimento de energia eléctrica é deficiente, assim como o abastecimento de água potável, o que obriga à compra do líquido diariamente em camiões cisternas.
O novo director do hospital, Leonardo Rodrigues, que está em funções há apenas dois dias, contou que a carência de água e a inoperância do sistema de esgoto impedem a utilização das casas de banho e obrigam os pacientes e seus acompanhantes a fazerem as suas necessidades fisiológicas nos arredores do hospital. Os pacientes, que pela sua condição física debilitada não podem andar, utilizam sacos plásticos e latas para esse efeito.
“Estamos a prestar cuidados de saúde em condições críticas que considero infra-humanas”, declarou o director, dando a conhecer que muitos doentes e acompanhantes saem do hospital com outros problemas de saúde, devido às más condições higiénicas.
Além das condições do hospital e de trabalho, Leonardo Rodrigues disse estar preocupado com a falta de humanização dos cuidados de saúde, que, no seu entender, é uma questão de mentalidade e não apenas resultante das condições de trabalho. Para reverter a situação, vai apostar na formação dos profissionais, embora reconheça que a força de vontade é fundamental.
Neste momento, o Hospital Sanatório de Luanda, com 250 camas, tem medicamentos suficientes para atender os pacientes internados, num total de 293, e para os dois mil assistidos em regime ambulatório. Alguns dos pacientes estão acomodados em colchões estendidos no chão. O hospital regista 15 mortes por semana.
Quando o hospital não tem determinado medicamento, luvas ou máscaras, os pacientes compram em farmácias fora do hospital, segundo Teresa Vicente, a enfermeira responsável da nave, uma área onde estão internados 47 pacientes, dos quais 24 do sexo feminino e 23 masculino. Mas, à porta do hospital, também se vende máscaras e luvas a 100 e 200 kwanzas, conforme a qualidade do material. Ontem, os vendedores foram retirados do local devido à visita do Presidente João Lourenço, aplaudida pelo director do hospital, pelo facto de a unidade hospitalar atender pacientes com uma patologia infecto-contagiosa, como é a tuberculose, que amedronta inclusive médicos. “É uma honra receber a visita do Presidente da República e uma grande responsabilidade para nós. Estamos proibidos de falhar”, disse Leonardo Rodrigues, que antes foi director do Hospital do Prenda.
O Hospital Sanatório de Luanda tem 25 médicos, dos quais 18 angolanos e sete cubanos, 215 enfermeiros e 298 funcionários de apoio. Para satisfazer à procura, há necessidade de mais 87 médicos, segundo o director.
Inauguração de viadutoO viaduto do Camama, inaugurado ontem pelo Presidente da República, João Lourenço, dá cumprimento a mais uma etapa do programa de melhoria dos acessos ao novo Aeroporto Internacional de Luanda e da circulação rodoviária na cidade capital, afirmou ontem o ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida.
“Este viaduto e as obras correlatas, ainda em curso nas vias que interligam a via expressa Comandante Fidel Castro à via Comandante Pedro de Castro Van-Dúnem “Loy”, constituem as infra-estruturas rodoviárias que vão facilitar que exista uma circulação segura e ordenada nesta parte de Luanda”, adiantou o ministro. À sua chegada ao local, o Chefe de Estado foi recebido com grande ovação pelos munícipes de Belas. Após ter recebido informações técnicas da obra da parte do ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, e da engenheira do INEA, Rosária Kiala, o Presidente da República descerrou a placa, aspergiu simbolicamente champanhe no chão do viaduto e caminhou alguns metros sobre ele.
Para encerrar o breve acto de inauguração, o Presidente da República foi um dos primeiros a passar pelo viaduto do Camama, construído em oito meses, abrindo-o oficialmente para os utentes.
O viaduto do Camama vai melhorar a integração dos eixos viários estruturantes e a ligação entre a via expressa e a avenida Pedro de Castro Van-Duném “Loy”, bem como o tráfego na ex-rotunda do Camama, no passado, um dos pontos críticos na mobilidade em Luanda.
O ministro da Construção e Obras Públicas explicou que o viaduto do Camama é também uma alternativa importante para o acesso à via expressa e desta para o novo Aeroporto Internacional de Luanda, acrescentando que o viaduto faz parte dos 15 nós rodoviários já construídos.
Estruturas integradas
Manuel Tavares de Almeida informou estar em curso a implantação de infra-estruturas integradas na cidade de Luanda, o que pressupõe redes técnicas, sistemas de drenagem e a melhoria e construção de vias rodoviárias. Para o efeito, pediu o envolvimento de todas as entidades no que toca ao compromisso com a qualidade, segurança e cumprimento de prazos.
O responsável falou da necessidade de preservação do investimento realizado em obras públicas, o que implica a conservação e manutenção para evitar desperdícios de recursos em reabilitação. “Toda a obra precisa de manutenção e preservação, mas não se deve confundir falta de manutenção com obra mal executada, ou seja, todo o esforço empreendido para se ter uma obra de qualidade fica comprometido se não houver manutenção permanente”, avisou Manuel Tavares de Almeida, para quem é relevante o desassoreamento dos sistemas de drenagem como valetas, canais e esgotos.
Ao referir-se a estes sistemas, o ministro insistiu ser preciso apostar na sua manutenção.
Ministro da Construção anuncia formação de formadores
O ministro da Construção e Obras Públicas anunciou que, a partir do próximo ano, o sector vai implementar acções de formação de formadores para técnicos de construção civil. Neste momento, o ministério conta com quatro centros de formação profissional instalados em Luanda, Huambo, Catumbela (Benguela) e Cacuso (Malanje).
Segundo a engenheira Rosária Kiala, do INEA, o viaduto do Camama faz parte de um programa lançado pelo Ministério da Construção e Obras Públicas em Fevereiro deste ano, juntamente com a consignação de várias obras na cidade de Luanda.
O programa visa melhorar os acessos ao novo Aeroporto Internacional de Luanda e criar uma melhor mobilidade na cidade de Luanda. “Temos muitos constrangimentos aqui na cidade e é por isso que o programa pretende a melhoria do acesso e mobilidade em Luanda. Identificámos os pontos críticos, que passavam pela intercessão entre as vias primárias e secundárias e alguns pontos como o do Camama, rotunda da Boa Vista, Unidade Operativa, a entrada e saída do Kilamba e do Zango.” Todos estes nós rodoviários, disse, estão a funcionar e os ganhos estão à vista.
Os moradores revelaram grande satisfação, pois a construção do viaduto, juntamente com passeios, eliminou o que consideram ser um mal que os afligiu durante muitos anos: a lama, quando chove, e a poeira em tempos de Cacimbo. “Apanhávamos muitas doenças respiratórias. Estamos satisfeitos”, disse António Manuel, coordenador do bairro 4 de Abril, município de Belas. A construção do viaduto gerou 760 postos de trabalho.
Com uma extensão de 493 metros e 25 de largura, sendo 11 para cada faixa, o viaduto tem a previsão de receber pelo menos, 9.104 veículos por hora.