martes, 8 de febrero de 2011

Bengo privilegia fomento da produção agrícola

Um total de 207 associações de camponeses e 84 cooperativas agrícolas estão contraladas pela Direcção provincial da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas


ADÉRITO VELOSO



Localizada no Norte do país, a província do Bengo conta com uma população estimada em 500 mil habitantes e uma extensão territorial de 33 mil 016 quilómetros quadrados. É composta por oito municípios: Ambriz, Dande, Icolo-e-Bengo, Nambuangongo, Quiçama, Dembos, Pango-Aluquém e Bula-Atumba. Possui um clima tropical seco, com duas estações, cuja primeira vai de Janeiro a Maio e outra de Setembro a Dezembro. Estas características reservam à província muitas potencialidades nos sectores da agricultura e pesca.

A direcção provincial da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas controla 207 associações de camponeses e 84 cooperativas.
As estimativas daquele órgão governamental apontam para a campanha agrícola 2010/2011 colher 200 toneladas de feijão, amendoim, milho, banana e hortícolas variadas. Para o efeito, foram desbravados cerca de mil e 500 hectares de terras aráveis, dos sete mil e 500 previstos a nível da província, pela Empresa de Mecanização Agrícola (Mecanagro).

As autoridades consideram positivo as actividades desenvolvidas durante o ano transacto, onde foram cultivadas 113 mil 083 hectares, tendo produzido 778 mil 878 toneladas de produtos diversos. No mesmo período, cerca de 48 mil 474 famílias camponesas beneficiaram de sementes, instrumentos agrícolas bem como fertilizantes.

O sector está a criar pequenos perímetros irrigados, sobretudo para a plantação de culturas de cereais, tubérculos e hortícolas, os municípios de Ambriz, Icolo e Bengo e Dande, para aumentar a produção agrícola, contribuindo desta forma para o combate à fome e à pobreza.

A província tem potencialidades para produzir banana (pão e de mesa), ananás, goiaba, mamão, manga, laranja, mandioca, rícino, feijão, cana-de-açúcar, sisal, algodão, café, massambala, cajú, citrinos, melão, melancia, tomate, beringela, pepino, ervilha e palmeira de dendém.

Perímetro
Com o surgimento do perímetro irrigado de Caxito, a produção agrícola está a ser diversificada, com aposta na mecanização. Fruto desta aposta, em 2010, no perímetro irrigado, foram distribuídos 336 parcelas a pequenos, médios e grandes produtores, o que tem aumentado a produção. No mesmo período, foram trabalhados 1.002 hectares, contra apenas 131 hectares, de 2009. Dos quatro mil 600 hectares de terra do perímetro, 2.500 estavam lavrados. Estes resultados traduzem os esforços tendentes a reactivar e diversificar a economia, bem como desenvolver acções no meio rural.

Os agricultores que estão a desenvolver os seus projectos no perímetro irrigado sublinham que a produção de horticulturas e hortaliças tem sido melhorada, a julgar pelos inúmeros investimentos, assim como pelo favorável clima que a região apresenta.

De recordar que, há quatro anos, o sector agrário na província do Bengo registou 61 mil 039 hectares de terra cultivados, dos quais 13 mil 104 hectares pelo sector empresarial e 47 mil 935 hectares pelos camponeses organizados em associações agrícolas. Deste número, 12 mil 630 famílias camponesas e 412 pequenas e médias empresas agrícolas. No sector pecuário, a província é potencialmente rica em caprinos, ovinos, avicultura e suínos. A província conta com um número elevado de criadores e empresários que detêm várias cabeças de gado, com destaque ao bovino e suíno.

Pescas
Sendo um dos sectores mais dinâmicos da economia, a pesca tem um grande potencial na província, passando pela marítima, fluvial e lacunar. Além dos caudalosos rios, o Bengo dispõe de lagoas que podem ser exploradas, contribuindo desta forma para a melhoria da dieta alimentar das populações. Nas lagoas da região, podem ser encontradas várias espécies, com destaque para o cacusso (tilápia).
A província do Bengo dispõe de uma orla marítima com cerca de 200 quilómetros, em que, à semelhança do que ocorre em toda a costa do país, existe um conjunto de espécies que contribuem para a pesca artesanal e industrial. Na exploração pesqueira, destacam-se os peixes de fundo, pelágicos (de pequenas dimensões), sobretudo o carapau, sardinela e sardinha do reino, crustáceos e moluscos. Existem ainda crustáceos, como o camarão e caranguejo.

Apesar de ser uma das riquezas pouco exploradas a nível da província, a pesca fluvial é abundante na região, uma vez que o Bengo possui imensa bacia hidrográfica rica em peixe, tal são os casos dos rios Dande, Kwanza, Longa e Bengo.

A província registou em 2010 uma captura de pescado de sete milhões 391 mil 74 toneladas. Durante o ano de 2007, houve um aumento considerável na captura do pescado, uma vez que a cifra atingiu os 20 milhões 655 mil 71, contra os sete milhões 391 mil 74 registadas em 2008.

Floresta
Quanto ao sector florestal, a província está a desenvolver um programa de repovoamento, com a plantação de diferentes espécies de árvores, com destaque para as acácias americanas e rubras, casuarinas, mangueiras, cajueiros e eucaliptos. O Bengo conta com dois perímetros florestais com uma extensão de 42 hectares e mais de três mil plantas.

O nordeste do Bengo, mais concretamente nos municípios de Nambuangongo, Bula-Atumba, Pango-Aluquém e Quibaxe, é coberto por vastas áreas de floresta densa, o que permite a instalação de indústrias relacionadas com a exploração dos recursos florestais.
O valor médio comercial das espécies de madeira ronda no mercado os 100 dólares norte-americanos por cada metro cúbico.

Desenvolvimento das energias renováveis

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Jornal de Economia & Finanças

Desenvolvimento das energias renováveis torna-se na principal meta do ramo

Além da utilização de fontes tradicionais, casos do petróleo, o carvão e a água a estratégia passa pela identificação de outras vias, derivadas do sol e do vento


FRANCISCO INÁCIO


No seu discurso de abertura da Conferência Nacional sobre Energias Limpas, realizada ontem, segunda-feira (7), em Luanda, sob o lema “Electrificar Angola conservando o ambiente”, a ministra da Energia e Águas, Emanuela Vieira Lopes, afirmou que o mundo vive hoje um amplo movimento de mudança do modelo de energia fóssil e nuclear para um sistema energético que inclua as energias renováveis, alternativas e limpas.

“A médio e longo prazo, teremos um planeta com recursos naturais em extinção. Deste modo, crescem as manisfestações tendentes a reduzir o dióxido de carbono na atmosfera, que contribui para o efeito de estufa” disse, acrescentando que, por este facto, urge a necessidade de se promover a utilização de fontes energéticas que garantam a sobrevivência das futuras gerações num ambiente sadio.

A ministra afirmou ainda que a utilização de energias limpas, nomeadamente a energia solar e a eólica (vento), além de outras, são alternativas exequíveis para serem desenvolvidas no nosso país. Mas, sublinhou, é necessário que se faça uma análise cuidada sobre as vantagens e desvantagens da utilização destas fontes alternativas.
“Actualmente, temos em carteira 36 localidades confirmadas que irão beneficiar de sistemas solares fotovoltaicos, num total de 216 infra-estruturas, como escolas, postos médicos, sistema de bombagem de água, administrações e postos policiais”, anunciou.

Emanuela Lopes disse, por outro lado, que já foram feitos estudos sobre o potencial eólico da Baía dos Tigres e no município do Tômbwa, ambos na província do Namibe.

Mini-hídricas
Segundo a ministra, está em curso a promoção e desenvolvimento de fontes energéticas locais, através da recuperação ou construção de novas mini-centrais hidro-eléctricas com o apoio dos governos provinciais, administrações municipais e autoridades tradicionais.

“Temos o prazer de anunciar que se fará em breve o lançamento de um concurso público de 30 estudos preliminares e dois de viabilidade técnico-económica para a construção de aproveitamentos hidro-eléctricas em regime BOOT” (build-own-operate-transfer, uma modalidade de parceria público-privada, muito comum em países como o Canadá e Nova Zelândia), anunciou.

A conferência sobre energias limpas teve como objectivo promover o debate sobre a utilização em Angola de fontes de energias não fósseis e contou com o apoio da embaixada da Noruega.

Estiveram presentes no evento o secretário de Estado da Indústria, Kiala Gabriel, o ministro das Telecomunicações e Tecnologias da Informação, José de Carvalho da Rocha, o vice-ministro do Ambiente, Syanga Abílio, o embaixador da Noruega, Jon Vea, e demais convidados.


Leia mais sobre outras notícias da actualidade na edição impressa do Jornal de Economia & Finanças desta semana, já em circulação

viernes, 4 de febrero de 2011

GNL: ANGOLA SE SUMARÁ AL CLUB DE LOS PAÍSES EXPORTADORES

GNL: ANGOLA SE SUMARÁ AL CLUB DE LOS PAÍSES EXPORTADORES

Exportación de gas natural comienza a partir de 2012

Angola Press
Luanda - El proyecto de exploración de Gas Natural Licuado (Angola LNG)prevé efectuar la primera exportación del producto en el primer trimestre de 2012, de acuerdo con el cronograma, informó el martes el ministro de Petróleo, José Maria Botelho de Vasconcelos. 

En ese momento, el proyecto muestra un avance significativo calificado en 62 por ciento del nivel de ejecución global de las obras. 

El gobernante, que discurseaba en la ceremonia de saludos de Año Nuevo, refirió que uno de los objetivos importantes del Angola LNG es la eliminación de la quema de gas. 

En relación a la regulación del sector del gas, dijo que están trabajando en la elaboración y futura aprobación de la legislación que regulará la exploración de gas en Angola. 

En cuanto a la seguridad operacional en la exploración de gas natural, el ministro expuso que las empresas deben estar dotadas de capacidad para combatir los derrames en todos los niveles, revistiéndose de mayor importancia la formación específica de sus técnicos. 

De igual forma, tendrán la obligación de actualizar los planes de prevención y respuestas de emergencia en todas las instalaciones de petróleo, a través de la puesta en práctica de ejercicios y simulacros para respuestas eficaces en caso de desastres. 

El Proyecto Angola LNG harán uso del Gas Natural Licuado para la exportación y el suministro de la industria petroquímica nacional. 

Angola produjo más de 590 millones de barriles en 2010

Angola Press
Luanda - Angola produjo 590 millones 162 mil 163 barriles de petróleo bruto, de Enero a Noviembre de 2010, reveló hoy (martes) el ministro de los Petróleos, José Maria Botelho de Vasconcelos

Según el titular de la pasta de Petróleos que hablaba en el acto de saludo del año nuevo, en el mismo período fueron igualmente producidos seis millones 263 mil 792 barriles de gas butano (LPG). 

Referente a la explotación, dijo el ministro, fueron realizados varios programas de adquisición sísmica de líneas sísmicas Bidimensional (2D), 3D, y 4D, respectivamente, y perforados un total de 21 pozos de explotación, de los cuales seis descubiertas de petróleo y dos de gas. 

Refirió también que, en 2010, fue destaque para el sector la entrada en producción de los campos petrolíferos Tômbua-Lândana (Bloque 14), Mafumeira (Asociación de Cabinda). 
Especial atención fue dedicada a la ejecución de los proyectos estructurantes en curso, nominalmente, la construcción de la nueva refinería de Lobito la que aumentará las capacidades de producción de refinados en el país, y al proyecto Angola LNG en fase avanzada de ejecución. 

martes, 1 de febrero de 2011

Parcerias público-privadas dinamizam o desenvolvimento económico e social

Estado angolano lança mão à cooperação com os privados para a concretização de alguns dos grandes projectos ligados ao Programa de Investimentos Públicos


FRANCISCO INÁCIO



O Executivo angolano deposita na concretização das parcerias público-privadas (PPP) uma grande esperança rumo ao desenvolvimento económico e social de Angola. Por esta razão, aprovou o projecto de lei de base que regula este tipo específico de parceria, que apenas está a aguardar pela “luz verde” da Assembleia Nacional.

As PPP são uma forma de cooperação entre entidades públicas e privadas, com o objectivo de financiamento, construção, reabilitação ou exploração de uma infra-estrutura, ou o fornecimento de um serviço. Essas parcerias são geralmente constituídas em sectores como os transportes, saúde pública, educação, segurança, gestão de resíduos, e distribuição de água e energia eléctrica.

As PPP apresentam várias modalidades, uma delas é o chamado build-operate-transfer (BOT), que é uma forma de financiamento de projetos onde a iniciativa privada recebe a licença do sector público para financiar, projectar, construir e operar uma instalação por um período determinado, após o qual o controle é transferido de volta para a administração pública. Antes da transferência, a instituição privada possui permissão para estabelecer tarifas de uso e arrendar os estabelecimentos de forma a recuperar os investimentos iniciais, além de compensar os custos operacionais e de manutenção do projecto.
Alguns países utilizam esse sistema, como o Japão, Taiwan, Malásia, Filipinas e Hong Kong. No entanto, em países como Canadá e Nova Zelândia, o termo usado é build-own-operate-transfer (BOOT).

O sistema BOT é utilizado, por exemplo, para a melhoria da infra-estrutura dos transportes, como aeroportos, portos e rodovias, pois os investimentos em tal sector são geralmente muito dispendiosos.
Historicamente, as parcerias público-privadas surgem num momento de transição do modelo de Estado social para o modelo de Estado subsidiário ou regulador, em que (ao contrário do primeiro) o ente público intervém na economia apenas de forma indirecta, restringindo a sua actividade ao acto de fiscalizar e regulamentar, além das suas tarefas exclusivas e de soberania, que tem a ver com a defesa do Estado, a manutenção da segurança, justiça e relações exteriores.
Esta transição criou um novo contexto socio-económico que, por sua vez, fomentou as iniciativas do sector privado e, consequentemente, catalisou a necessidade de uma maior cooperação entre o sector privado e o público, resultando daí o estabelecimento de novas formas de parcerias entre ambos.

Com o fito de se reduzirem os gastos directos nas grandes obras de construção e reabilitação de infra-estruturas, os governos lançaram mãos a este novo tipo de parceria, em que o sector privado entra com o financiamento, execução e exploração de projectos, que, pela sua natureza, deveriam ser realizados pelo Estado. Este modelo de parceria ou de concessão ficou conhecido por design-build-finance-operate (DBFO).

Criado na Inglaterra em meados da década de 90 do século passado, inicialmente era designado por project finance iniciative (PFI) e, posteriormente, chamado de public-private partnership (parceria público-privada, numa tradução livre, ou simplesmente PPP). Este modelo é muito utilizado nos Estados Unidos, Portugal, Espanha, Itália, França, Austrália e África do Sul.

Importa referir que, a nível de África, o comboio de alta velocidade de Joanesburgo, inaugurado por altura do último mundial de futebol da África do Sul, é o maior projecto de transporte do continente africano envolvendo uma PPP.