lunes, 23 de noviembre de 2015

Recuperação da economia de Angola dependente da China

Recuperação da economia de Angola dependente da China

O comportamento da economia da China está a ser encarado por alguns analistas como um dos factores mais críticos para a recuperação da economia angolana, a par da evolução do preço do petróleo.
Angola tem na China, cuja economia tem dado sinais de abrandamento nos últimos trimestres, o seu principal parceiro comercial e também a principal fonte de financiamento para os projectos de construção de infra-estruturas, mais recentemente com uma linha de crédito de 6 mil milhões de dólares.
A consultora Eaglestone afirma na sua mais recente análise da economia angolana que as autoridades angolanas “mantêm-se cautelosas” na proposta de Orçamento de Estado para 2016, com uma “estimativa conservadora” para o preço médio do barril de petróleo (45 dólares) e reconhecendo “a importância de racionalizar” os gastos públicos.
O recurso a dívida externa deverá “aumentar significativamente” em 2016, elevando o nível de dívida para perto de 50% do PIB, num exercício que “tem os seus riscos”, uma vez que o país “continua vulnerável a possíveis choques futuros.”
Entre estes riscos estão “a possibilidade de os preços do petróleo continuarem baixos mais tempo do que o desejado e o abrandamento de alguns dos seus principais parceiros comerciais, como a China e o Brasil”, afirma o relatório da Eaglestone.
A China é actualmente o principal parceiro comercial angolano e no ano passado o comércio entre os dois países atingiu 37,07 mil milhões de dólares.
Números compilados recentemente pela Reuters indicam que o financiamento da China a Angola, incluindo os créditos mais recentes, já ascende a 20 mil milhões de dólares, apoio que tem vindo a tornar-se cada vez mais necessário devido à quebra acentuada das receitas petrolíferas ao longo do último ano.
Também a Economist Intelligence Unit (EIU) afirma no seu mais recente relatório sobre Angola que o crescimento económico nos países da África a sul do Saara será “negativamente afectado” por um abrandamento económico na China, tal como pela baixa do preço das matérias-primas e condições financeiras mais adversas.
No actual contexto de constrangimentos das finanças públicas, a EIU prevê que Angola continue a dar prioridade à China para acesso a linhas de crédito, bem como ao Brasil.
Uma das “prioridades” para as autoridades, adianta, será o serviço da dívida à China, além de “assegurar crédito continuado”.
O Africa Monitor Intelligence afirmou que as autoridades angolanas puseram recentemente em marcha uma “política de aprofundamento das relações com a Índia”, para conseguir novos investimentos e acesso e financiamento, mas também para “encontrar um parceiro que pela sua natureza (potência emergente) sirva de contrabalanço ou mesmo de alternativa à China como grande parceiro.”
A China, refere o boletim, “converteu-se no parceiro predominante de Angola e as dependências daí decorrentes avolumaram-se com a severa crise económica em que o país se encontra.”
O Africa Monitor Intelligence adiantou que a mais recente demonstração do empenho das autoridades angolanas no alargamento das relações com a Índia foi o cuidado posto na preparação da participação de Angola na III Cimeira Índia/África, em Outubro, em que Angola se fez representar por uma numerosa delegação oficial encabeçada pelo vice-presidente, Manuel Vicente. (Macauhub/AO/CN)

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